sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

(N)O caminho do Acordo Ortográfico - Etapa III

Unidade na Diversidade

Com o tema em epígrafe terminamos a série de "perguntas frequentes" sobre o Acordo Ortográfico. Esperamos ter dissipado algumas dúvidas de carácter geral.
     O acordo ortográfico implica que Portugal, o Brasil e os PALOP passem a adotar a mesma norma linguística?
Não. O que se unifica é apenas a ortografia. Os aspetos que distinguem as normas linguísticas portuguesa e brasileira mantêm-se inalterados. Os restantes PALOP seguem a norma linguística portuguesa.

Se nos PALOP se escreve e fala como em Portugal, por que foi necessário celebrar um acordo ortográfico com eles?
Portugal não é dono da língua portuguesa. Para além disso, as nossas antigas colónias são hoje países independentes, aos quais não podemos impor modos de falar ou de escrever. Daí a necessidade de acordo.

Este acordo ortográfico significa que vamos passar a escrever como no Brasil?
Não. No entanto, muitas das simplificações ortográficas que adotámos com esta revisão, há muito que vigoram no Brasil e talvez esteja aí a raiz desta polémica.
Para lá de uma ortografia comum, ambos os países manterão diferentes as suas normas linguísticas, bem como as suas tradições ortográficas.
De facto, para além das medidas uniformizadoras, este Acordo legitima formas diferentes para cada uma das normas - Português Europeu e Português do Brasil -, isto é, mantem-se grafias diferentes para cada norma, por exemplo: António/Antônio, bebé/bebê,...

Nos próximos postes veremos as mudanças com mais pormenor.

Com este Acordo continua, assim, assegurada a diversidade e a riqueza da Língua Portuguesa, como a cantam as Vozes da Rádio neste Samba do Acordo Ortográfico .

Elsa Duarte e Maria José Ivo - Professoras de Português do 10º Ano

Nota: O presente texto está escrito de acordo com as novas regras ortográficas.

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